Vida

Fazendo uma grande limpeza em meu e-mail que não uso tanto achei muitas pérolas e vários, vários lindos textos de meu amigo querido que mesmo na Itália nunca me esquece. Como adoro os textos dele, corri para pedir sua autorização para publicá-los... e consegui. 

Vou publicar o e-mail com as dedicatórias, que são lindas!!!

Hoje achei uma foto que cabe perfeitamente ao momento e quero ressaltar que a felicidade está dentro de cada um de nós e como diz a liturgia de hoje que o padre explicou muito bem na sua homilia é que a felicidade é Jesus em primeiro lugar. A partir do momento em que você coloca Jesus como prioridade em sua vida, que não a deposita em um humano, aí sim, você vai saber o real sentido da felicidade. Claro que uma vida primeiramente em Jesus, facilita o que você vai atrair pra si, as pessoas que você vai atrair para abrilhantar ainda mais o seu caminho. Seguimos à Jesus!

Querida Vanessa,

Paz e bem!

Para você que aprecia tão bem à vida.

Vida

Antes, durante... e depois? Sentimos uma alegria enorme e um susto quando nascemos,  caminhamos os primeiros passos e descobrimos que estamos diante de uma vitalidade que nos impulsiona para frente. Vitalidade tem a ver com força vital, temos um curriculum vitae, um curso de vida. Acredito que ninguém passa por ela de forma que não deixe marcas – um cantor denominava que são marcas do E-terno. O eterno que não deixa que o coração e todo o nosso ser pare de alavancar uma alternativa por viver. Recordo-me de uma senhora que estava no leito de um hospital, balbuciava ao Senhor: “dá-me da tua vida”. A princípio eu não entendia muito bem, agora eu compreendo de que a vida nos pertence e ela quer viver em nós. Sinto o quanto fugimos de tudo e de todos, fazemos uma vida autônoma, particular... sedentária, fatigante e descuidada de todo um toque que faz a diferença. Uma criança, numa tarde de domingo brincava no parque com os seus amiguinhos e sorria, sorria e um pai desesperançoso de um pesado dia de trabalho dizia, é bom ser criança, não se preocupa com nada. Fitando-o, eu pensava: as coisas sem vida causam dor, angústia, solidão; e, assim, a vida se torna sem sentido, sem direção, ineficaz. Poderia se dizer, mortos vivos – a brincadeira tão descontraída que as crianças brincavam e que o senhor não se apercebeu. Realmente, existem alguns mortos-vivos. O segredo das crianças, é que elas vivem sentindo que estão vivendo aquele momento. Doravante descobrimos que não é um ofício, um rigor, uma forma, uma escravidão ser portador da vida, pois ela não se separa de nós, não é uma coisa, um isso. Viver é uma arte eficaz, como um pintor que pinta uma tela e como um malabarista que sabe se equilibrar diante do desafios. Exige muita criatividade e delicadeza. É uma sutileza do Senhor da vida para nos dar vida. É um olhar para todas as direções. É um prisma que brilha sempre na íris do olhar de viver. É o arco de Deus na íris humana, tem a cor da manifestação da sabedoria divina que a gente pinta a cada dia. Tem um sabor que experimentamos diante da liberdade, porque somos livres para escolher, porém,  totalmente responsáveis pelas nossas escolhas. DEPOIS? O depois é o agora, o já, o vivendo com um sentido de quem espera o melhor e se encontra com tantas oportunidades, tantos caminhos, seja num dia de chuva ou ensolarado. Sinto que durmo, acordo e olho diante das coisas mesmas, digo, comuns; e se nota que é para dar um ânimo novo diante da luz que cintila num céu de estrelas, no qual, os nossos sonhos ganham o brilho da luz da manhã, de todas as manhãs, de toda a nossa VIDA. 

Roma, 29 de abril de 2012.

Frei Erivan Araújo de Souza, OFMCap